segunda-feira, 13 de junho de 2016

Queria falar sobre ti, sobre essas borboletas coloridas que se abrigaram dentro de mim e dançam sem intervalos, sem pausa para o almoço, para um café ou um cigarro. Falar sobre esses sorrisos que os passantes andam encontrando em meu rosto, sobre essa vontade que eu tenho de existir fora dos lençóis, de levantar e calçar os sapatos e ser todas as coisas que o mundo nos permite ser.
Gostaria de transcrever essas conversas do silêncio, esses brilhos que os olhos trocam entre si contando coisas que a boca não sabe falar, que os dedos não sabem escrever. Falar sobre o gosto de sua boca por minha pele, sobre a marca invisível que seus lábios tatuam em meu corpo a cada toque; sobre o carinho da sua voz me contando sobre a vida, sobre seu mundo particular, sobre tudo o que te fez você.
Queria contar sobre o poder, sobre a calma e a força que suas mãos segurando as minhas são capazes de trazer; sobre esses pedaços soltos de mim, desencaixados do quebra-cabeça, bagunçados no fundo da última gaveta da cômoda, e que agora cuidadosamente sinto-me capaz de encaixar com suas respectivas peças;  sobre o cuidado com que você me tem em seus braços, sobre a delicadeza em não me machucar e não ser machucada.  
Gostaria de falar sobre nós, sobre nossas pernas enozadas entre as cobertas, sobre meus dedos valsando lentamente em suas costas, sobre meus pés aquecendo os seus, sobre nossas vozes diminuindo o tom e nossas bocas se encontrando; sobre o nó que sinto no estômago quando abro a porta do prédio e encontro contigo no portão, sobre como meu corpo derrete quando encontra com o seu, como meu coração salta pela boca quando você avisa que está chegando.
Queria contar sobre tudo isso e mais, sobre o universo lindo que você é e sobre a sede que eu tenho de conhecer cada canto dele.