Encolhe-se outra vez entre os cobertores, mas dessa vez sem desejar desaparecer, sem o desespero de não saber o que fazer. Não é que ela tenha aprendido a lidar com suas pequenas dores e seus grandes vazios, ela apenas sente como se estivesse longe de si. Como se estivesse perdida nessa eterna espera pelo hoje que a roubará beijos, que a tirará o fôlego, que deixará sua garganta seca, seus joelhos inquietos, seu estômago tomado por borboletas. Pelo hoje que irá sorrir ao lado de seu rosto, dançando os dedos por sua pele, deixando melodias soarem por todo seu corpo.
E ela se esconde, fingindo selar-se em um envelope, desejando poder enviar-se depressa para o dia depois de todos esses amanhãs.
Parece até filme suas palavras. Gostei, querida!
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